terça-feira, 21 de agosto de 2012

Conhecer-te.

... tento me lembrar do dia em que
perdi os remos, fiquei à deriva, ao vento sem direção.
Tanta vida, tantos sonhos.
Quando serei por fim realidade?

Sonhos de amor. Saudade tomou lugar.
Caminho perdida, entre ruas, gentes, corações.
Onde caminhas tu? Que sonhos terás tu, escondidos?
Seremos um dia realidade?

Que medos terás tu?
Eu tenho todos os medos do mundo, bem guardados,
para que não os vejas. Já os viste?
Quem me dera não os conhecer.

Quem me dera conhecer-te.




quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Esquecer

O tempo ajuda a esquecer, curar, qual parte de mim a chorar
quando a dor irá por fim, ceder,
esquecer-me e não mais voltar?

O tempo não volta. Não deixa regressar.
Só, tu, a dor, a mesma dor, não se deixa morrer.
Dormir, acordar, um novo dia que espera nascer.

Mas tu, tu não estarás aqui.
Longe, perdido, cansado.
Meu coração. Vive de ilusões que inventa.
E morre a cada dia pela dor do sonho desfeito.

sábado, 4 de agosto de 2012

Sem remo

... e se não é a vida, este barco sem remos,
apenas onda, céu, vento, linha do horizonte
o sonho de te encontrar, em mim.

Náugrafos, fazem-me sentir medo,
do instante em que tudo muda,
mesmo sem se querer, pedir, pensar.

Brisa quente traz mudanças, mas não leva a dor.
mentiras ferem quem ama, ferem cá dentro.
Remos, braços do destino que se quer controlar.
Em que águas se perderam?

terça-feira, 17 de julho de 2012

Chegada e partida

E se o tempo não existisse,
voltasse ou me mostrasse que face terá.
O desejo de viver,
encontrar-te, abraçar o mundo
como quem abraça o amor,
na chegada.

Palavras tolas,
sem força, jogadas ao vento,
Não te trazem para perto.
O medo de que te levem,
o pouquinho de ti.

O corpo todo pede
desejo oculto, carne, pele,
não dorme, sonha contigo
amanhace como quem
tem a face molhada pela dor da partida.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Perdida

Todo o corpo chora,
pele, veias, artérias, o coração
uma dor de sobrenome estranho tomou conta de mim
O sorriso por te encontrar morreu na esquina de uma rua qualquer.

Uma dor que pesa nos ombros,
que machuca cá dentro, um medo que perfura o estômago,
E se fosse apenas tristeza,
Realidade inventada, melancolia...

É real. Este dia azul de verão já não aquece o peito,
já não traz a alegria do novo, do impossível que parece possível.
Até quando esta dor sem fim?
Estou perdida, não há nada nem ninguém.

O farol apagou-se.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Tu

Dias passam a correr,
fazem não pensar no que sou, no que sonho ser.
Só, o coração,
chora por não saber,
que terra é a tua, que chão é o meu, que destino é o nosso.

A promessa de dias felizes,
o amor que deseja renascer,
pensei que fosses tu, novamente, um novo tu.
Mas tu não existes.

Existo eu, o meu peito,
o destino sem destino, a busca sem encontro.
A dor de sentir medo,
de não te encontrar, o meu ser, só a mim me pertenço.
Só, eu existo.

domingo, 10 de junho de 2012

sonho

cá estou,
outra a janela,
outra a paisagem.
A menina de outrora.
Os sonhos ainda moram algures,
não se deixam encontrar,
persegue-os, quem dera os conhecer.

Até quando esta mesma dor?
Quando é que verei por fim, a tua face,
a minha face
no sonho.

Noites de tormenta, num mar
de pensamentos tristes.
Em que janela estarás tu, felicidade?
Em que sonho estarás tu, vida?
Em que peito baterás tu, amor?

São tantas as janelas.
Quando verei por fim a tua face, sonho?
E descansar ao te encontrar.