domingo, 7 de novembro de 2010

Afinal...


... aquele amor passou,
e aquele outro,
o outro,
e o de antes também.

Todos passaram.

Eu fiquei.

Fiquei, com vontade de ir,
sem saber como ou para onde.
Medo. E se eu não tivesse medo?

Por hora, à espera.

Do trem que leva para a vida...
parece atrasado, na estação, olhares, relógio,
ponteiros que não páram,
dou voltas, e volto a me sentar...

A espera...
Foto: Olhares.com

domingo, 17 de outubro de 2010

back... to myself

... a procurar
voltei.
O caminho, qual será?
Onde ir, com quem?

segunda-feira, 5 de julho de 2010

viajar sem mapa...

Daqui estou vendo o amor irritado,
desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo corpos, vejo almas
vejo beijos que se beijam o
uço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender...

Drummond

sexta-feira, 25 de junho de 2010

peixes


... com o cabeça de fora, tentando respirar
debate-se contra a água, no aquário, ao redor
cai e se levanta
chora e volta a sorrir
mente mas não esconde a verdade
ama mas quer odiar

Ama.

Se ao menos voltasses para te dizer...
Peixes são o símbolo da felicidade.

... de saudade


Não deveria, mas sinto saudade.

Que triste saber que não me sabes
que não faz diferença o meu não estar
o meu não falar
não querer

ainda quero.

Foste para não voltar

ainda que lá estejas todos os dias.

Medo do teu olhar
de quem sabe que me fere
poderia ferir

Para longe, ainda posso ir?
Saudades de lugares onde ainda não estive
sonho acordada com o dia
de partir
de voltares.

Volta.

Foto: Olhares.com

domingo, 14 de março de 2010

Homem que caminha, quer caminhar


Homem que caminha
Não mede a distância, procura
o sonho.

Caminhante que na estrada procura
a vida
o encontro.

Na estrada, como num espelho, procura
a imagem refletida do que fora, do que é, do que quer ser.

A estrada é como o tempo
O tempo é todo teu, meu, do viajante.
Foto: Olhares.com

sábado, 6 de março de 2010

Cheiro de chuva
força da água
vento que corre

Chove como quem sente
desespero
revolta
redemoinho
aqui dentro

Chove como quem esperou que viesses
não vieste
a espera
transformou-se em
tristeza, em
chuva que cai

Desamparada
sob a chuva
impossível não se molhar
desamparada
do teu amor
impossível ainda esperar.

Foto: Olhares.com

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Como se esquece....

... queria esquecer, não ter lembrado,
não ter visto, beijado, sentido...

não ter não existe,
te ter já não existe...

e como posso esquecer se me lembro
cada vez que te vejo
todos os dias, todas as manhãs, todas as tardes
mesmo quando não estás
todas as noites...

vontade de algo que nunca existiu
saudade de algo que nunca nasceu

odeio-te tanto que acho que gosto de ti
odeio tanto este sentir

como se esquece?

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Inquietação

Procurei em ti
em vão
os sonhos que guardei
uma vida inteira
perdeu-se
perdi-os
não te encontro

Inquieto, inquietos,
palavras apenas
palavras que ferem, que movem, não somem
tuas. minhas.

O coração
Inquieto.
Está cansado.
Dor.
Procura.

Procuro em ti, procuro no mundo, procuro em mim
o que move
fascina
não se define
a vida.

Procuro.
Inquieta.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Come out upon my life...


vontade de ir
medo de ficar

vontade de ficar
medo de ir

sonho. quem fui? onde estou? quem serei?
saudade de todas as vidas que quero ter, ser.

o mundo está coberto de meus passos.
meus passos são guiados por sonhos.
os sonhos são de amor.
o amor está repleto dos teus beijos.

quem és? onde estás? aparece!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

encontro feliz...



... por que é que nunca me canso de esperar
amar um alguém que nunca vem?
corações partidos andam por aí, coração partido que por aqui anda
um alguém, simplesmente...
pensei que fosses tu, enganei-me novamente.

Enganamo-nos.
Queria a simplicidade do encontro, do olhar envergonhado,
coração acelerado
flor da pele, beijo, saliva, temperatura,
o encontro.
Foto: Olhares.com

domingo, 10 de janeiro de 2010

Vens comigo?

Fui com um sorriso na alma, vontade de te encontrar...
Não estavas lá, mandaste o ódio, o medo, o desespero.
Há tanto que os tento afastar, os meus. Cruzaram-se.

Medo do teu olhar, onde está? O outro?
Tempestade no mar da vida, perdidos, à deriva.
Quem ou o quê nos pudesse resgatar.
Vens comigo?

Não vens. Ficaste com os teus velhos amigos.
Angústias, alucinações, uma pílula pelo esquecimento temporário.
Tentei fugir mas voltaste no sonho.
Palavras que não me deixam dormir,
fragilidades que se chocam com o desejo de ser por inteiro.

Vens comigo?