sábado, 3 de novembro de 2012

Morreu

A esperança morreu.
O sonho também.
A doçura, quem diria, também foi-se cedo.
A alegria, tão frágil, não resistiu.

Foram-se. Talvez se encontrem numa outra vida.
Vida? Esta, de agora, do ontem, também se foi.
Ficaram neste mundo a dor,
a solidão, o desespero, o descaso.

Mundo? Em que se transformou?
Nasceu para ser belo e próspero.
Sofrimento tira-lhe a juventude,
tira-lhe a paz, tira-lhe a força.

Sinto que também qualquer coisa
cá dentro morreu.
Será o coração? As vísceras?
Pele, olho, cabelo, saliva, lágrima.

Balão vazio não sabe voar.



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