sexta-feira, 7 de novembro de 2008

viver... morrer...

Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres
no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.

Cecília Meireles

... para onde me leva?

o que há para lá da ponte... não se conhece o fim...
que ponte? que fim?
vida...
que vida?

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Is there life outside?


... pesam as horas nos ombros estreitos... de quem parece querer tudo... ou nada... deixem-me só!!! não, espera, talvez não...
inventar o tempo, tempo dos idiotas que parecem preencher com tudo, o nada... aqui dentro...
ou pelo menos tentam, talvez... tentei?
Olhar de frente para o nada, que me consome...
deixem-me em paz...
sentir o sol quente na pele, arder, como arde aqui dentro, molhar, a pele, o sorriso...
apenas isto...
"estala, coração de vidro pintado"...
fica aos pedaços, até que do nada venha o tudo... de novo... nova estação, onde está?

Existirá?


Foto: Olhares.com

terça-feira, 4 de novembro de 2008

C´est pas moi...


Paris, é o título do novo filme de Cédric Klapisch. Depois de "Albergue Espanhol" e "Bonecas Russas", aterra-se na cidade luz... luz dos meus olhos, luz dos olhos teus... um cartão postal. Pourquoi les autres semblent toujours plus heureux... normal?Cenas da vida quotidiana... pedaços de vida, de morte, de amor, de desilusão, medo, sonho, encontro e desencontro. Luz dos teus olhos... onde está? onde estão?
C´est pas toi... moi... mais pourquoi?
Foto: Olhares.com

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Alguém já viu o rosto do vento?


... cansa-me o cheiro do vento frio... o vento não pára.
Outro vento, tocou-me, tocou-te,
já não nos toca, toca-te a ti, levou-te para longe...
o tempo não pára.... ou pára... parou.
... cansa-me o escuro, as horas perdidas de sono,
as horas perdidas em que se espera... o que já não se espera,
não espero, mais...

"Em todas as ruas te encontro.
Em todas as ruas te perco."
Cesarinny
Foto: Olhares.com

domingo, 26 de outubro de 2008

o tempo parou... aqui dentro...

...e de repente apareceu no meu rosto um rosto de estrangeiro
e era também eu mesmo: era eu que crescia,
era tu que crescias, era tudo,
e mudamos
e nunca mais soubemos quem éramos,
e às vezes recordamos aquele que viveu em nós
e lhe pedimos algo, talvez que se recorde de nós,
que saiba pelo menos que fomos ele,
que falamos com a sua língua,
mas das horas consumidas
aquele nos olha e não nos reconhece...

Neruda