...e de repente apareceu no meu rosto um rosto de estrangeiro
e era também eu mesmo: era eu que crescia,
era tu que crescias, era tudo,
e mudamos
e nunca mais soubemos quem éramos,
e às vezes recordamos aquele que viveu em nós
e lhe pedimos algo, talvez que se recorde de nós,
que saiba pelo menos que fomos ele,
que falamos com a sua língua,
mas das horas consumidas
aquele nos olha e não nos reconhece...
Neruda
domingo, 26 de outubro de 2008
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