quarta-feira, 18 de março de 2009

onde...

VENHO DOS TEUS BRAÇOS

NÃO SEI PARA ONDE VOU...

No estoy...

... fiquei a pensar no que li no blog de uma amiga outro dia...
dizia algo mais ou menos assim: "coisa triste isso de não ter para quem voltar..."
coisa triste isso de não ter para quem voltar... para quem abraçar, beijar, sonhar.
coisa triste isso de viver de lembrança, saudade, vontade.
coisa triste isso...

Aún no estoy preparado para perderte...
No estoy preparado para que me dejes solo.
Aún no estoy preparado para crecer
y aceptar que es natural,
para reconocer que todo
tiene un principio y tiene un final.

Aún no estoy preparado para no tenerte
y sólo recordarte...
Aún no estoy preparado para no poder oírteo no poder hablarte,
no estoy preparado para que no me abraces
y para no poder abrazarte.
Aún te necesito
y aún no estoy preparado para caminar
por el mundo preguntándome ¿por qué?
No estoy preparado
hoy ni nunca lo estaré.

Te necesito.

Neruda

segunda-feira, 9 de março de 2009

Poeminha sentimental...

O meu amor, o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas...
De vez em quando chega uma
E canta
(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A última que passou
Limitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida!
No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam.

Quintana fantástico!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Resolvi voltar...

Fico? quem dirá...
Cesariny já passou por cá... também resolveu voltar...

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco

Por onde andas?

"O tempo passa, a saudade fica..."
Em cada rosto te vejo. Em cada olhar te procuro.
Esquecer, lembrar, partir e não voltar.
Partir, voltar. Voltas... o tempo todo, o dia todo, a noite toda.
Foste. A saudade não...

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Porque todos temos asas ...

Asas servem para voar,
Para sonhar, ou para planar
Visitar, espreitar, espiar,
Mil casas do ar.

As asas não se vão cortar;
Asas são para combater,
Num lugar infinito no vacuo,
Para respirar o ar.

As asas são
Para proteger, te pintar
Não te esquecer,
Visitar-te, olhar-te, espreitar-te
Bem alto do ar...


terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Acordar, Viver, Novo, Velho, Mudar...

Como acordar sem sofrimento?
Recomeçar sem horror?
O sono transportou-me
àquele reino onde não existe vida
e eu quedo inerte sem paixão.

Como repetir, dia seguinte após dia seguinte,
a fábula inconclusa,
suportar a semelhança das coisas ásperas
de amanhã com as coisas ásperas de hoje?

Como proteger-me das feridas
que rasga em mim o acontecimento,
qualquer acontecimentoque lembra a Terra e sua púrpura
demente?
E mais aquela ferida que me inflijo
a cada hora, algoz
do inocente que não sou?

Ninguém responde, a vida é pétrea.


E para 2009?

Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo,
eu sei que não é fácil, mas tente,
experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade