terça-feira, 17 de julho de 2012

Chegada e partida

E se o tempo não existisse,
voltasse ou me mostrasse que face terá.
O desejo de viver,
encontrar-te, abraçar o mundo
como quem abraça o amor,
na chegada.

Palavras tolas,
sem força, jogadas ao vento,
Não te trazem para perto.
O medo de que te levem,
o pouquinho de ti.

O corpo todo pede
desejo oculto, carne, pele,
não dorme, sonha contigo
amanhace como quem
tem a face molhada pela dor da partida.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Perdida

Todo o corpo chora,
pele, veias, artérias, o coração
uma dor de sobrenome estranho tomou conta de mim
O sorriso por te encontrar morreu na esquina de uma rua qualquer.

Uma dor que pesa nos ombros,
que machuca cá dentro, um medo que perfura o estômago,
E se fosse apenas tristeza,
Realidade inventada, melancolia...

É real. Este dia azul de verão já não aquece o peito,
já não traz a alegria do novo, do impossível que parece possível.
Até quando esta dor sem fim?
Estou perdida, não há nada nem ninguém.

O farol apagou-se.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Tu

Dias passam a correr,
fazem não pensar no que sou, no que sonho ser.
Só, o coração,
chora por não saber,
que terra é a tua, que chão é o meu, que destino é o nosso.

A promessa de dias felizes,
o amor que deseja renascer,
pensei que fosses tu, novamente, um novo tu.
Mas tu não existes.

Existo eu, o meu peito,
o destino sem destino, a busca sem encontro.
A dor de sentir medo,
de não te encontrar, o meu ser, só a mim me pertenço.
Só, eu existo.