sábado, 21 de abril de 2012

Noite

o azul escureceu.
Escuridão que chora, traz vento forte e frio.
Foi o dia que se fez noite.
Foi o amor que se fez sonho, acabado.

A distância transforma tudo.
Transforma o ser, o que se sente,
o que se viu e ouviu.
Tranforma o amor. O olhar transeunte.

Os lugares, ainda que os mesmos
Já não os reconhece.

Chuva que chora, coração que cai,
nas lembranças de um passado imperfeito.
Não consegue viver. Consome-se apenas
do que não viveu.

Não avança, perdoa. Não se perdoa.

domingo, 8 de abril de 2012

Dias...


As ruas são as mesmas,
Alguns rostos conhecidos, lugares, sensações.
Caminhos por onde andei, andaste.
Mas a saudade não é a mesma. É outra.
Maior.

Por que é que não me esqueço de ti?
Por que é que não me lembro de mim?
Onde fui, estou, fiquei?
Em que dia me perdi?

Que saudade é essa que nunca passa,
alimenta-se dos dias longe de ti, longe de mim,
dos amores que preenchem, abastecem a vida?

Os dias, tudo o que te separam de mim.
Dias passados, horas felizes, angústia e medo as levaram.
Dias futuros, incerteza do que está por vir.
Quando virei, por fim? Quando virás?

Há uma multidão lá fora.
Há um vazio aqui dentro.
Dia, presente.