segunda-feira, 13 de abril de 2009

NÃO: JÁ NÃO FALO DE TI

Não: já não falo de ti, já não sei de saudades.
Feche-se o coração como um livro, cheio de imagens,
de palavras adormecidas, em altas prateleiras,
até que o pó desfaça o pobre desespero sem força,
que um dia, pode ser, parece tão terrível. (C.M.)

Ontem aquelas árvores não tinham flores,
galhos finos, secos, mortos, tornaram a nascer...
quando serei eu a ter flores?
coração seco tornar a sorrir, sonhar,
mãos vazias tornarem a tecer, avançar,
corpo morto renascer?
esqueço-me dos teus olhos...
e meus olhos, cansados, perdidos,
querem outro tempo, lugar, vontade, desejo, alegria...
quero ser como aquelas árvores...
quando terei flores?

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